Paraíso esquecido pelas as autoridades.

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 Reportagem do osãogonçalonline.com.br do dia 29/01/2011

Praia da Luz

 

Olhado de fora, um cenário polêmico, principalmente pelo contraste natureza e degradação da Baía de Guanabara. Mas é só adentrar ao seu universo que as polêmicas ficam de lado e o povo simples e hospitaleiro faz essa imagem cair por terra, ou mar, com o perdão do trocadilho. A Praia da Luz, que fica no bairro de Itaoca, guarda importantes elementos históricos como os monumentos Capela de Nossa Senhora da Luz, Fazenda da Luz e a própria praia. A Praia da Luz tem uma faixa de 1.100 metros, dividida em duas partes: Praia de São Pedro e São João, inserida na Baía de Guanabara. No local ainda encontra-se uma colônia de pescadores, que, mesmo com os danos que o espelho d´água da Guanabara vem sofrendo, tiram seu sustento deste mar.

Da extensão da areia e da margem da Baía de Guanabara vê-se e ilha de Paquetá e em terra firma a capela de Nossa Senhora da Luz, que destaca os costumes de uma época remota, onde a Casa Grande, pouco distante, pertenciam ao mesmo dono.

Segundo relata a história, em meados do século 17, um náufrago, português chamado capitão Francisco Dias da Luz, aportou na região. Por devoção a Nossa Senhora da Luz, e em agradecimento pela salvação, ergueu uma capela para a santa. Séculos depois, ela foi incorporada aos bens patrimoniais do município e a Capela da Luz, como hoje é denominada, é uma das mais antigas do Brasil. Por coincidência, a data provável da primeira missa na Capela da Luz, 1647, é a mesma que a da criação da freguesia de São Gonçalo de Amarante.

Mesmo sem querer, o capitão português acabou por criar devotos da santa, leigos ou religiosos, e, consequentemente, fez com que fosse preservada a cultura de celebrar Nossa Senhora da Luz a cada dia dois de fevereiro.

A capela apresenta-se com projeto simples e sua fachada principal um frontão triangular e colunas da ordem toscana, o prédio não tem sino ou torre. A principal porta de entrada é a da varanda e no ano de 2001 foram realizadas obras de restauro e melhorias no entorno patrocinada pela Petrobras.

Quanto à época da fundação do Engenho Nossa Senhora da Luz, as poucas fontes não são conclusivas, mas pode-se afirmar que o primeiro proprietário do engenho foi o Capitão Francisco Dias da Luz, falecido em 1673, segundo referência de Pizarro em sua obra intitulada Memórias Históricas do Rio de Janeiro.

Uma das mais tradicionais propriedades de São Gonçalo, o engenho, hoje mais conhecido como Fazenda da Luz, não deixou vestígio sequer da existência de seu edifício sede. Atrás do seu casarão encontra-se a entrada de um túnel desativado com pouco mais de 1 metro de altura e atualmente com cerca de 8m de comprimento.

O conjunto arquitetônico de Nossa Senhora da Luz, é de tal forma grandioso em seu complexo relatando elevada importância, que num quadro da pintora Maria Graham, de 1823, encontra-se em original no Britshian Museum de Londres.


Moradores acreditam que a construção da
estrada vai trazer benefícios para a região


Nos últimos meses, o assunto mais comentando na Praia da Luz é a construção, na área vizinha, do Polo Industrial na Praia da Beira, em Itaoca. Dentro do projeto, terá um porto – que servirá para escoar a produção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) e será feito pela Petrobras em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura de São Gonçalo –, cujo contrato será assinado segunda-feira (31).

A obra deve gerar cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos durante sua implantação, e pode custar, em princípio, R$ 310 milhões à estatal e ao Governo do Estado.

Para escoar a produção, uma estrada será construída na região e boa parte dela vai a área da Praia da Luz. Na expectativa de dias melhores, os moradores acreditam que esse novo momento vai fazer com que os imóveis se valorizem. O aposentado Francisco Barbosa Bastos, de 64 anos, que desde 1998 mora de frente para a Praia da Luz, na Rua João Rojas Estorico, acredita que o local é um oásis.
“Com certeza essa construção vai trazer muitas melhorias. Não sei até quanto, mas aqui vai melhorar muito, principalmente na questão dos empregos. Agora, a questão do acesso vai se transformar por conta da estrada. Hoje, temos problemas com buracos que se intransitam em dias de chuvas. Com as obras, tudo tende a melhorar”, prevê o aposentado, que acrescenta.
“Em um lote onde o Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis era R$ 100, cujo valor do terreno era R$ 5 mil, hoje está R$ 400 e o preço da área pulou para R$ 20 mil. Esse já é o reflexo do momento de crescimento que se aproxima”.

Sentado na mesa que fica na varanda de sua casa, na Rua Pompeu Moreira, o também aposentado Neemias Freitas Velasco, de 79 anos, vive uma rotina praticamente interiorana. Desde que se mudou para a região,há 28 anos, ele remonta, diariamente, a atmosfera e os costumes de onde nasceu, Itaperuna, noroeste do Rio. Se na parte da frente de sua residência a vista é para o mar, a parte de trás tem é a plantação de alfaces, quiabo, milho e tantas outras. Sem contar as vaquinhas, como gosta de se referir aos animais, que ficam em um terreno mais afastado do espelho d´água. Mesmo correndo o risco de ter seu sossego comprometido, ele acredita em dias melhores.
“Eu torço sempre para o progresso. Acredito que a construção da estrada vai trazer crescimento para a região. Piorar a situação não acredito que vá acontecer. A Petrobras tem que trabalhar para manter nossa qualidade de vida e eu acredito nisso”, espera Freitas, como é conhecido.

Já na Rua Antônio Dias, Álvaro Luiz Amorim, de 56 anos, logo que se aposentou decidiu que precisava de mais calma e foi morar na Praia da Luz. Para ele, o clima bucólico que acompanha o cotidiano dos moradores não se perderá. Pelo contrário, vai se aliar ao progresso.
“Aqui é sossegado e calmo. Mas eu acredito que a estrada vai trazer, com ela, resolução dos problemas de esgoto e saneamento, melhorando a infraestrutura da localidade”, confessa o aposentado, enquanto podava o pé de cortava o pé de goiaba do seu pequeno pomar.

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